quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Muito quente cá dentro


Se a aprendizagem foi recompensadora, o mesmo não se pode dizer dos legumes. As alfaces, as únicas que cresceram satisfatoriamente e proporcionaram umas saborosas saladas.
As "sempre vivas" também se deram bem, mas como foram adquiridas como rúcula, deixaram um pequeno "amargo de boca" com o avançar do seu crescimento, minimizado com o florir que coloriu e alegrou o interior da estufa.

Os morangueiros cresceram bem, até chegar o fruto, pareceu que o chá de composto não era suficiente, os morangos cresceram pouco e as folhas começaram a ficar amarelas.

Os feijoeiros também se desenvolveram bem enquanto eram apenas caule e folha, e até deram flores, mas as vagens ficaram raquíticas, não se desenvolvendo convenientemente. Não sei se terá sido problema na polinização ou falta de nutrientes do chá de composto.

Mas chegaram os dias quentes de verão (que este ano foi fraquinho) e com eles chegou uma pequena tragédia. O calor tornou-se insuportável, apesar da instalação temporária de uma ventoinha e de todos os esforços, não se verificaram melhorias. O ambiente dentro da estufa estava muito quente, a própria solução "biopónica" estava a aquecer de dia para dia... Retiramos as plantas todas e aproveitamos o que se conseguiu, principalmente os pequenitos morangos.

Com a continuação dos dias quentes a própria estrutura em PVC começou a dar de si, os tubos concebidos para estarem protegidos da meteorologia não resistiram ao calor e começaram a deformar-se e as emendas a partir.

Removemos o plástico da cobertura e aguardamos o fim do verão. A fotografia que se segue não se recomenda aos olhos mais sensíveis, é o resultado de "apenas" 3 meses de abandono.

Em traços largos aprendemos o seguinte:
-Não se constroem estufas em tubo PVC não preparado para o efeito;
-O uso de uma tela no chão da estufa é fortemente recomendado;
-Janelas nunca são demais.

Outra coisa que temos de rever é a composição do chá, das duas uma, ou se consegue melhorar esta mistura, ou teremos de troca-la pelas soluções hidropónicas disponíveis nas lojas.



quarta-feira, 19 de março de 2014

Calor

Bastaram uns dias mais quentes para nos apercebermos que o problema da temperatura dentro da estufa só ia piorar. Como se pode ver pela foto, a temperatura atingiu o limite do termómetro. Liam-se 49ºC!

Abrir uma janela para arejar foi a primeira ideia, de execução difícil numa parede de plástico.. Nada que um engenhoso pai não dê a volta.


Janela com caixilho fixo no plástico da estufa, leve e com a resistência permitida pelo material, que não pode ter muito peso. A fita cola que se vê não está a segurar a janela, serviu apenas para a manter numa só peça até estar definitivamente fixada.
Outro problema térmico que descobrimos com bastante rapidez, foi o facto de o PVC cinzento aquecer extremamente rápido com a incidência dos raios solares.
Tivemos de envolver os tubos com um isolante térmico. Aplicamos o que é normalmente usado nos telhados, sob as telhas. Depois e embrulhar os tubos e com isso dar um aspecto mais sci-fi à estufa, recortámos os orifícios para os copinhos das plantas. Centenas deles, já que falamos nisso ")
Depois de terminado ficou mais ou menos assim. De notar que as ervas daninhas já quase tomaram conta da brita espalhada no chão (raios!

 Com algumas espécies já no devido lugar, vimo-nos obrigados a quebrar ainda mais a temperatura. Desta vez recorremos a uma rede/sombra para evitar que o Sol "fritasse" as folhinhas ainda tenrinhas.

Parece que estamos preparados para o verão...

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Primeiros habitantes

Com a estrutura concluída e a parafernália hidropónica instalada, começamos a acomodar os seres vivos. Bem, este primeiro aqui à esquerda nem necessitou convite, armou-se em penetra e por cá anda que nunca mais lhe pus os olhos em cima.
Vamos ao que interessa: uma vez que as nossas plantinhas têm de ter um certo calibre para poderem estar nos vasos da bioponia, tivemos de fazer uma sementeira num pequeno berçário improvisado.

Estes tabuleiros com alvéolos foram a opção para semear o feijão rasteiro. Como se consegue colocar grão a grão em cada um dos compartimentos, pareceu a escolha mais acertada. Este tabuleiro está mergulhado em cerca de meio centímetro de água.
Para sementes mais pequenas, como é o caso do morangueiro e da alface, utilizamos tabuleiros sem alvéolos. Uma camada de mistura de terra e composto bastante rica, com cerca de 3 ou 4 centímetros, onde foram distribuídas, de forma tão homogénea quanto possível, as sementes destas duas espécies. Neste caso é necessário manter a terra húmida, temos utilizado um borrifador 2 ou 3 vezes ao dia dependendo da necessidade.

Numa das visitas à loja de jardinagem favorita (uma delas") encontrei este medidor de humidade e temperatura. Comprei-o apenas para satisfazer a minha curiosidade. Tenho o intuito de num futuro próximo evoluir para algo mais avançado de modo a evitar automaticamente grandes picos de temperatura... Na imagem marca cerca de 27ºC, mas o ponteiro já se aproximou dos 35ºC o que, em pleno Inverno, deixa antever um problema....

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Tubos e companhia

Vista à luz do dia quase parece obra de profissionais. Um olhar mais atento pode verificar que alguns arcos estão um pouco desalinhados e nas emendas dos tubos a continuidade do arco é quebrada, nada muito grave portanto...até porque o teste de resistência tem corrido bem, S. Pedro não tem dado descanso, embora pela fotografia possa dar impressão do contrário.

De volta ao trabalho: dois tanques de plástico foram colocados nos corredores e unidos por uma mangueira rente ao seu fundo, afim de manter o nível igual em ambos os tanques. O motor de imersão foi instalado num dos tanques e a tubagem instalada até ao topo dos tubos. Em cada bancada foi colocado um passador para poder regular o fluxo ou cortar o abastecimento a uma bancada que não esteja em utilização.  Foi também colocado um passador para "esgoto" caso se queira esvaziar os tanques.

Obra de paciência foi furar, com uma serra craniana, os tubos PVC à medida dos copos plásticos que vão receber as plantas. Cerca de 600 furos demoram o seu tempo a fazer, foi necessário lixar as arestas para evitar cortes (nas mãos, nos copos, nas raízes), bem como, retirar os restos de PVC.
Depois dos furos concluídos, a bomba ficou ligada uma noite a fazer circular água com o objectivo de limpar do circuito as partículas mais pequenas de PVC.
E finalmente temos o sistema apto a receber as plantas.

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Já tomou forma

Depois do chão, passamos à estrutura. Construída com segmentos de tubo PVC e com as respectivas uniões ("T" e Cruzes). Seguir as instruções da cola é imprescindível, sobretudo o limpar de gorduras antes da aplicação e o aguardar o tempo de secagem que, no nosso caso, fomos tentados a desrespeitar e deu asneira.
Começamos fazendo um módulo de dois arcos e as três transversais e repetimos o procedimento para mais dois módulos destes. Fizemos também um arco simples, perfazendo assim os 7 arcos. Esperamos aproximadamente 24h para que secassem. A fase seguinte foi coloca-los sobre tenção no seu lugar, e uni-los com as transversais em falta.
Antes de colocar o plástico, estava a faltar a porta de entrada. Construída facilmente a partir dumas tábuas e dumas dobradiças que para cá andavam esquecidas. E como a segurança não é a questão essencial, um pouco de plástico que sobrou serviu para terminar a porta.
Esticar bem o plástico da cobertura era uma preocupação, quanto menos folgas este tiver, menos provável é o vento ter capacidade de o mover e rasgar. Assim, utilizamos ripas onde enrolamos uma pequena faixa de plástico para depois as fixar às tábuas do "alicerce". Começando numa lateral, depois a outra, deixando os topos para o fim.
Nos topos é mais complicado esticar o plástico devido à curvatura dos arcos da estufa. Fizemos pregas no plástico (quantas mais melhor para acompanhar a curvatura do arco) e aplicamos o mesmo método das réguas para enrolar o plástico e depois fixar com parafusos ao "alicerce".

«Por fora já tem aspecto de estufa...
"só" falta lá dentro...»

sábado, 21 de dezembro de 2013

piso e "alicerce"

Nesta etapa começamos por fazer uma vala no perímetro da estufa, com cerca de 12 a 15 centímetros de profundidade. Fizemos a vala com largueza suficiente, para poder ajeitar as tábuas de forma a termos um rectângulo perfeito e uma inclinação pouco acentuada.
Colocamos as tábuas, de cerca de 20 centímetros, a toda a volta, deixando cerca de 8 a 10 centímetros de fora. Como o terreno é inclinado fizemos os topos perfeitamente nivelados e as laterais a acompanhar o desnível.
Depois da tábua ter sido colocada no sitio correcto, foi fixada com algumas pedras e a compactação do terreno à sua volta.
O passo seguinte foi espetar sete estacas de cada lado, junto às tábuas pelo lado interior. Foram colocadas a 120 centímetros umas das outras. Estas estacas vão ser o encaixe dos tubos PVC da estrutura que suportam o plástico de cobertura.
Como temos uma área de cerca de 25 metros quadrados, foi necessário adquirir 2,5 metros cúbicos de brita, para colocar aproximadamente 10 centímetros em todo o chão da estufa.
Espalhamos a brita e nivelamos com o auxilio de uma régua e das tábuas anteriormente enterradas.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Imprevisto

A estufa terá 7,20 metros de comprimento e 3,50 de largura, vai albergar três bancadas com tubos para bioponia NFT (Nutrient Film Technique), ou pelo menos é isto que está previsto e esperamos que não haja muitas alterações ao projecto inicial.

Outras ocorrências aqui no quintal levaram a um pequeno atraso. Nada de muito grave, e além disso a nivelação do terreno veio incluída em jeito de moeda de troca pelo aborrecimento... E assim, onde outrora estava um monte de terra a estorvar, ficou agora um pequeno terreiro. Um pouco menos inclinado que no inicio dos trabalhos.

Entretanto fizemos as estruturas que vão suportar os tubos. E logo que possível, foram colocadas no devido sitio. Começamos pelos topos para obtermos o desnível correcto nos suportes intermédios. Chumbamos com cimento directamente nas covas previamente abertas.

Aqui já se vê a vala que se iniciou para o próximo passo: a colocação de uma tábua a toda a volta, o "alicerce" da estufa. Também servirá para segurar a cobertura.